Omelete entrevista Topher Grace

quarta-feira, 21 de julho de 2010

No papel do Eric Forman da série That 70’s Show, Topher Grace nunca mostrou o seu lado negro. Ele sempre foi o bom filho e o público curtiu o personagem e o resto do elenco por bons oito anos. Desde que terminou a série, Grace participou de alguns filmes menores, até chegar a Homem-Aranha 3 em que fez Eddie Brock / Venom, mostrando um pouco mais do que ele realmente pode fazer. Corta para o presente, Grace agora vai mostrar ao público o que eles realmente querem ver no novo filme do diretor Nimrod Antal: Predadores.
No fim do ano passado, a 20th Century Fox convidou o Omelete para uma visita ao set de filmagens em Austin, Texas, e lá eles tiveram a chance de conversar com Topher Grace sobre Predadores e o trabalho ao lado do resto do elenco. Ele falou sobre seu personagem e comparou o set com o de Homem-Aranha 3. Leia abaixo os melhores momentos:
Conte para a gente, por favor, um pouco de seu personagem.
Eu interpreto Edwin. Eu tenho cantado essa música do School House Rock, “One of these things is not like the other”. Edwin é muito diferente de todos que estão ali. Você pode se perguntar por que ele foi escolhido quando todos aqueles tipos bem parecidos foram selecionados. E acontece uma reviravolta, é claro. Atores gostam de interpretar reviravoltas.
Me parece um pouco com Paus Raiser, personagem de Aliens - O Resgate.
Eu vi a versão mais longa, que tem uma hora a mais, de Aliens - O Resgate coincidentemente quando estava lendo o roteiro. Eu estava em dúvida porque eu realmente gostei do primeiro Predador, mas todas as sequências não foram tão boas. Então, quando eu li isso eu pensei “O que Aliens - O Resgate foi para Alien - O 8º Passageiro, este filme será para o Predador”. Porque Predador nunca ganhou uma continuação à sua altura. Nimrod (Antal) é um grande fã do original e isto me lembra o James Cameron. Ele tinha tudo que estava no original, mas ele queria ir para uma direção um pouco diferente e criar toda uma coisa nova. E aqui é a mesma coisa. O primeiro foi muito mano-a-mano e este aqui vai realmente exigir mais dos personagens.
Você ficou surpreso quando eles te ofereceram o papel?
Não quando eu li o roteiro. Eu fiquei pilhado. Parte foi porque eu estaria em uma produção do Robert Rodriguez. Muito de meus amigos fizeram filmes aqui e eu estava me perguntando quando eu faria parte desse clube. É fantástico. Ele tem sua própria Hollywood aqui. Sin City, A Balada do Pistleiro... A Balada do Pistleiro estreou quando eu estava no colégio. E eu vi El Mariachi... Bem, minha mãe gosta de filmes estrangeiros e ela não sabia que era um tipo de filme com cenas de luta e ação. Ela pensou que a gente iria ver algum filme mexicano bem tranquilo. [risos]
Eu não fiquei surpreso que esse filme teria um roteiro maravilhoso, mas eu estava muito agradecido e surpreso que eles me pediram para fazer. Há alguns roteiros lendários em Hollywood que nunca foram feitos. Um deles é um roteiro de Superman do J.J. Abrams, que aparentemente seria ótimo. Robert escreveu este Predadores antes dele escrever o A Balada do Pistleiro, e é ótimo que alguém o procurou para deixar que ele fizesse esse filme. Ele tem uma grande paixão por isso.
Parece um filme do Robert Rodriguez ou o Nimrod trouxe algo próprio e especial?
Eu acho que o Nim é mais fã do lance das filmagens, de filmar próximo da gente. Mas certamente há várias coisas que você não pode fazer só contando com a câmera próxima do ator. Estamos em um mundo diferente. Então, tem sido um casamento feliz. Obviamente Robert realmente entende a visão de um cineasta, e ele fez parte desta visão ao escrever isto.
O filme parece ser bem sangrento e violento. Você trabalhou com muito sangue e membros desarticulados?
Sim! Na verdade eu não sei se posso falar sobre esta última parte, mas, sim, terá muito sangue no final das contas. Este é um gênero que eu ainda não trabalhei muito, mas que é um que eu amo muito assistir... Nós pulamos de uma cachoeira no Havaí, e eu pensei “Isto é horrível”. E realmente foi terrível. Doeu. Mas quando você revê a cena, você pensa “Oh, meu Deus. Isto foi maravilhoso. Esta foi a coisa mais legal que eu já fiz”. É um filme hollywoodiano na sua essência. É isto que você sonha quando é mais jovem, correr pela selva, nadar em vinho, matar alienígenas.
Você vai lutar e ser um cara mal, ou apenas correr do Predador?
Meu personagem atua em níveis diferentes... O que é bom que tenha o tom de urgência do primeiro, se ambientado em uma selva por um curto período, mas neste, acima de tudo, exige muito dos personagens. Há muitas ironias, eu acho.
O quanto vocês já filmaram com fundo azul?
Eu não fiz nada! E este é o grande ponto sobre filmar aqui, pois é também como eles filmaram o primeiro. O que é legal porque eu obviamente não sou militar. Não importa a minha reação, estarei próximo do público. Se o público conseguiu entrar no filme, provavelmente será como eles irão responder. Então, eu tenho poucas cenas de ação. Quando caí na água, ao pular da cachoeira, a cara que o Edwin está fazendo ali é a minha. O grande ponto de interpretar um personagem que é muito similar ao público, ou similar a você, é que você precisa ter a mesma reação que você teria se realmente tivesse que passar por aquilo. Toda informação passada na primeira parte do filme significa muito. Começa com eles caindo de pára-quedas neste planeta, então, ele fica chocado pelo o que está por vir. Então você não precisa ir muito longe para perguntar o que você faria naquela situação.
Como está esse filme comparado com Homem-Aranha?
O que é realmente fantástico sobre este filme é que temos a câmera bem próxima. Tudo que fazemos está ali. Tem uma grande confiança, como tivemos com o chroma-key de Homem-Aranha. Mas é sempre mais fácil para os atores quando é de verdade. Quando você pula de uma cachoeira de verdade não é requerida tanta atuação. Você não tem que fingir como seria sua reação ao pular de uma cachoeira. Então, estou amando o que Nim e Robert fizeram quanto ao realismo. Quero dizer, meu corpo não gostou muito porque estou todo machucado, mas realmente adiciona realismo ao filme.
Como está a sua energia? Ficará grato quando terminar ou vai ficar triste de ver este personagem partir?
Eu não tenho problema em deixar um personagem ir embora. Eu amo atores que falam dos personagens como se fossem outras pessoas. Mas eu vou sentir falta do grupo. Tenho certeza que você ouviu isso o tempo todo, mas realmente nos tornamos uma família. Começando por Adrien (Brody) e Robert, que não têm egos enormes. A melhor idéia é aquela que vai ser usada, não importa de quem ela veio. Nós nos tornamos um grupo unido. Nós filmamos cronologicamente e isto funcionou para o filme. Estas pessoas caíram juntas na armadilha e são forçadas a se unirem. Ainda bem que nenhum de nós morreu. Walt Goggins é realmente fantástico, um ator comprometido. Eu sou um grande fã dele em The Shield. Adrien, obviamente, é intenso, realmente um grande ator. Quando você interpreta com pessoas que são melhores do que você, o jogo fica melhor. Eu jogava tênis e quando você joga com pessoas piores que você, você perde experiência. Quando você joga com alguém melhor, você sempre melhora o seu jogo.
Como é trabalhar com Laurence Fishburne?
Laurence é fantástico. Eu sempre quis dizer nestas entrevistas quem realmente é fantástico e quem não é. Porque você pensa nisso quando chega em casa. Eu tenho certeza que sempre pareceu legal para vocês, mas no set, geralmente a história é diferente. Mas Laurence é o melhor... Quero dizer, ele é o Morpheus. Você não sabe o que esperar. Ele acrescentou muito ao grupo. Ele nos conta todas as histórias que queremos ouvir sobre Apocalypse Now, Matrix e Deep Cover. O personagem dele é de outro nível. É realmente divertido apenas sentar e vê-lo fazendo a coisa.

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